"Representações Cinematográficas de Cidades Divididas: Belfast, Beirut e Berlim"
Com a Profa. Dra. Stephanie Schwerter, visitante da Université de Valenciennes
18, 19, 20, 21, 22 e 25 de março de 2019, das 14 às 18 horas.
Sala 131 do prédio de Letras, FFLCH - USP
Ouvintes são bem-vindos. A Cátedra de Estudos Irlandeses W.B.Yeats concederá certificados para alunos com 90% de presença.
Com a Profa. Dra. Stephanie Schwerter, visitante da Université de Valenciennes
18, 19, 20, 21, 22 e 25 de março de 2019, das 14 às 18 horas.
Sala 131 do prédio de Letras, FFLCH - USP
Ouvintes são bem-vindos. A Cátedra de Estudos Irlandeses W.B.Yeats concederá certificados para alunos com 90% de presença.
Objetivos:
Na filmografia contemporânea, as cidades divididas continuam a inspirar autores de diversas culturas. A disciplina proposta centra-se em Belfast, Beirute e Berlim, três cidades conhecidas por seus limites e fronteiras internas e por seu subjacente potencial para a violência. Por se tornarem símbolos de separação política, propiciaram contexto para inúmeros romances, peças, programas televisivos e filmes. Apesar da diferença em relação à história de cada cidade, Belfast, Beirute e Berlim têm em comum um amplo escopo de características centrais para cidades divididas. Os meios de contraste sócio- político dessas cidades deram origem a territorialidades específicas, que determinam suas respectivas configurações urbanas. Enquanto em Belfast, as “linhas de paz”, murais e pinturas no meio-fio das calçadas separam a classe trabalhadora católica e moradores protestantes desde a deflagração dos Troubles em 1968, em Beirute, dezessete anos de guerra civil cria uma volátil linha demarcatória, transformando a cidade em um labirinto sectário. Em Berlim, no entanto, “o Muro” dividiu a paisagem urbana em leste e oeste por vinte e oito anos e serviu para manter dois regimes com fortes embates ideológicos afastados. Embora com diferenças políticas e históricas, Belfast, Beirute e Berlim tem sido igualmente mutiladas por segregação física, gravada no tecido do espaço urbano. Nessas cidades, territórios específicos assumem significados simbólicos e psicológicos singulares. Por meio de método comparativo, a disciplina investiga se cineastas de diferentes contextos culturais utilizam estratégias cinematográficas semelhantes para representar a divisão do espaço da cidade e a segregação da população urbana, proveniente de um ambiente devastado pela guerra. Dessa forma, exploraremos a representação de Belfast, Beirute e Berlim é diferente com a mudança de situações políticas nos respectivos países. Será possível determinar uma evolução da representação realística, quase documentária, para uma ilustração mais humorística de Berlim e Beirute; ou ainda, roteiristas e cineastas alemães e libaneses escolhem meios diferentes com a finalidade de visualizar a evolução das duas capitais de lugares dominados por conflito políticos em direção a cidades modernas nas quais a tensão política se torna gradualmente parte do passado?
Justificativa:
Este curso tem como público-alvo alunos de pós-graduação (mestrado e doutorado) com interesse em divisão urbana, fronteiras e representações ficcionais de conflitos políticos. O curso viabilizará aos participantes imersão na história de diversas cidades através de imagens comoventes e discutirá diferentes estratégias cinematográficas.
Conteúdo:
1. Introdução à história das diversas fragmentações urbanas de Belfast, Beirute e Berlim. 2. Quadro das cidades divididas: conceitos-chave cinematográficos e perspectivas teóricas 3. Berlim entre leste e oeste: One, Two, Three de Billy Wilders e Goodbye Lenin de Wofgang Becker 4. Atravessando limites religiosos em Beirute: Ring of Fire de Bahij Hodji e West Beirut de Ziad doueiri 5. Os Troubles em thrillers (suspense) 6. Belfast carnavalesca em Divorcing Jack de David Caffery e Everylasting Piece de Barry Levison.
Forma de Avaliação:
Presença em aula, seminários e trabalho final escrito.
Observação:
Bibliografia:
Bakhtin, Mikhail. Rabelais and His World. Bloomington: Indiana University Press, 1984.
___. “Epic in the Novel”. Ed. and trans. M. Holquist. The Dialogic Imagination. Austin
University of Texas Press, 1988, p. 259-422.
Bateman, Colin. Divorcing Jack. London: Harper Collins, 1995.
Carroli, Noël. Humour. Oxford University Press, 2014.
Dentith, Simon. Parody. London: Routiedge, 2000.
English, Richard. Armed Struggle: The History of the IRA. Oxford. Oxford University
Press, 2005.
Feeney, Brian. The Troubles. Dublin: O’Brian, 2004.
Hill, John. Cinema and Northern Ireland. Film, Culture and Politics. London: British Film
Institute, 2006.
___. “Divorcing Jack”. Ed. B. McFarlane. The Cinema of Britain and Ireland. London: Wallflower
Press, 2005.
Hutcheon, Linda. A Poetics of Postmodernism. London, Routledge, 1988.
Kelly, Aaron. “Terror-torial Imperatives: Belfast in Eoin McNamee’s Resurrection Man”.
Ed. N. Allan: A. Kelly. The Cities of Belfast. Dublin: Four Courts Press, 2003, p. 168-182.
Kennedy-Andrews, Elmer. (De-)constructing the North. Fiction and the Northern Ireland
Troubles Since 1969. Dublin: Four Courts Press, 2003.
Mcllroy, Brian. Shooting to Kill: Filmmaking and the Troubles in Nortern Ireland.
Trowbridge: Flicks Books, 1998.
Palmer, Jerry. Thrillers. Genesis and Structure of a Popular Genre. London: Edward
Arnold, 1978.
Rolston, Bill. “Escaping from Belfast: Class Ideology and Literature in Northern Ireland”.
Race and Class. Vol. 31. Nr. 1, 1989, p. 41-57.
Rose, Margaret A. Parody: Ancient, Modern and Post-Modern. Cambridge: Cambridge
University Press, 1993.
Rubin, Martin. Thrillers. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
Smith, Gerry. The Novel and the Nation. London: Pluto Press, 1997.
Shafik, Viola. Arab Cinema. History and Cultural Identity. Cairo: The American University
of Cairo Press, 2007.
Storey, Michael. Representing the Troubles in Irish Short Fiction. Washington: Catholic
University of America Press.
Stucke, Frank. Bewegte Bildereiner bewegten Zeit. Aufstieg und Fall der Metropole Berlin
im Film. In: Harder, Matthias, Hille, Almut (eds.): Weltfabrik Berlin. Eine Metropole als
Sujet der Literatur. Würzburg: Königshausen und Neumann, 2006, pp. 65-80.
Titley, Alan. “Rough Rug-Headed Kerns: The Irish Gunman in the Popular Novel”. Éire-
Ireland. Vol. 15, Nr. 4. 1980, p. 15-38.
Wolfreum, Edgar. Die Mauer. Geschichte einer Teilung. Munich, 2009.
Yazbek, Elie. Regards sur le cinema libanais (1990-2010). Paris: L’Harmattan, 2012.
Idiomas ministrados:
Inglês
Na filmografia contemporânea, as cidades divididas continuam a inspirar autores de diversas culturas. A disciplina proposta centra-se em Belfast, Beirute e Berlim, três cidades conhecidas por seus limites e fronteiras internas e por seu subjacente potencial para a violência. Por se tornarem símbolos de separação política, propiciaram contexto para inúmeros romances, peças, programas televisivos e filmes. Apesar da diferença em relação à história de cada cidade, Belfast, Beirute e Berlim têm em comum um amplo escopo de características centrais para cidades divididas. Os meios de contraste sócio- político dessas cidades deram origem a territorialidades específicas, que determinam suas respectivas configurações urbanas. Enquanto em Belfast, as “linhas de paz”, murais e pinturas no meio-fio das calçadas separam a classe trabalhadora católica e moradores protestantes desde a deflagração dos Troubles em 1968, em Beirute, dezessete anos de guerra civil cria uma volátil linha demarcatória, transformando a cidade em um labirinto sectário. Em Berlim, no entanto, “o Muro” dividiu a paisagem urbana em leste e oeste por vinte e oito anos e serviu para manter dois regimes com fortes embates ideológicos afastados. Embora com diferenças políticas e históricas, Belfast, Beirute e Berlim tem sido igualmente mutiladas por segregação física, gravada no tecido do espaço urbano. Nessas cidades, territórios específicos assumem significados simbólicos e psicológicos singulares. Por meio de método comparativo, a disciplina investiga se cineastas de diferentes contextos culturais utilizam estratégias cinematográficas semelhantes para representar a divisão do espaço da cidade e a segregação da população urbana, proveniente de um ambiente devastado pela guerra. Dessa forma, exploraremos a representação de Belfast, Beirute e Berlim é diferente com a mudança de situações políticas nos respectivos países. Será possível determinar uma evolução da representação realística, quase documentária, para uma ilustração mais humorística de Berlim e Beirute; ou ainda, roteiristas e cineastas alemães e libaneses escolhem meios diferentes com a finalidade de visualizar a evolução das duas capitais de lugares dominados por conflito políticos em direção a cidades modernas nas quais a tensão política se torna gradualmente parte do passado?
Justificativa:
Este curso tem como público-alvo alunos de pós-graduação (mestrado e doutorado) com interesse em divisão urbana, fronteiras e representações ficcionais de conflitos políticos. O curso viabilizará aos participantes imersão na história de diversas cidades através de imagens comoventes e discutirá diferentes estratégias cinematográficas.
Conteúdo:
1. Introdução à história das diversas fragmentações urbanas de Belfast, Beirute e Berlim. 2. Quadro das cidades divididas: conceitos-chave cinematográficos e perspectivas teóricas 3. Berlim entre leste e oeste: One, Two, Three de Billy Wilders e Goodbye Lenin de Wofgang Becker 4. Atravessando limites religiosos em Beirute: Ring of Fire de Bahij Hodji e West Beirut de Ziad doueiri 5. Os Troubles em thrillers (suspense) 6. Belfast carnavalesca em Divorcing Jack de David Caffery e Everylasting Piece de Barry Levison.
Forma de Avaliação:
Presença em aula, seminários e trabalho final escrito.
Observação:
Bibliografia:
Bakhtin, Mikhail. Rabelais and His World. Bloomington: Indiana University Press, 1984.
___. “Epic in the Novel”. Ed. and trans. M. Holquist. The Dialogic Imagination. Austin
University of Texas Press, 1988, p. 259-422.
Bateman, Colin. Divorcing Jack. London: Harper Collins, 1995.
Carroli, Noël. Humour. Oxford University Press, 2014.
Dentith, Simon. Parody. London: Routiedge, 2000.
English, Richard. Armed Struggle: The History of the IRA. Oxford. Oxford University
Press, 2005.
Feeney, Brian. The Troubles. Dublin: O’Brian, 2004.
Hill, John. Cinema and Northern Ireland. Film, Culture and Politics. London: British Film
Institute, 2006.
___. “Divorcing Jack”. Ed. B. McFarlane. The Cinema of Britain and Ireland. London: Wallflower
Press, 2005.
Hutcheon, Linda. A Poetics of Postmodernism. London, Routledge, 1988.
Kelly, Aaron. “Terror-torial Imperatives: Belfast in Eoin McNamee’s Resurrection Man”.
Ed. N. Allan: A. Kelly. The Cities of Belfast. Dublin: Four Courts Press, 2003, p. 168-182.
Kennedy-Andrews, Elmer. (De-)constructing the North. Fiction and the Northern Ireland
Troubles Since 1969. Dublin: Four Courts Press, 2003.
Mcllroy, Brian. Shooting to Kill: Filmmaking and the Troubles in Nortern Ireland.
Trowbridge: Flicks Books, 1998.
Palmer, Jerry. Thrillers. Genesis and Structure of a Popular Genre. London: Edward
Arnold, 1978.
Rolston, Bill. “Escaping from Belfast: Class Ideology and Literature in Northern Ireland”.
Race and Class. Vol. 31. Nr. 1, 1989, p. 41-57.
Rose, Margaret A. Parody: Ancient, Modern and Post-Modern. Cambridge: Cambridge
University Press, 1993.
Rubin, Martin. Thrillers. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
Smith, Gerry. The Novel and the Nation. London: Pluto Press, 1997.
Shafik, Viola. Arab Cinema. History and Cultural Identity. Cairo: The American University
of Cairo Press, 2007.
Storey, Michael. Representing the Troubles in Irish Short Fiction. Washington: Catholic
University of America Press.
Stucke, Frank. Bewegte Bildereiner bewegten Zeit. Aufstieg und Fall der Metropole Berlin
im Film. In: Harder, Matthias, Hille, Almut (eds.): Weltfabrik Berlin. Eine Metropole als
Sujet der Literatur. Würzburg: Königshausen und Neumann, 2006, pp. 65-80.
Titley, Alan. “Rough Rug-Headed Kerns: The Irish Gunman in the Popular Novel”. Éire-
Ireland. Vol. 15, Nr. 4. 1980, p. 15-38.
Wolfreum, Edgar. Die Mauer. Geschichte einer Teilung. Munich, 2009.
Yazbek, Elie. Regards sur le cinema libanais (1990-2010). Paris: L’Harmattan, 2012.
Idiomas ministrados:
Inglês